A conquista da morte
A fase que elogios não incomodam mais,
E é a crítica que tem que mudar,
Muitos partem, sem vê-la jamais,
e uns poucos, ditosos, chegam lá...
Quem assim já morreu vive melhor,
sem herdar as dores alheias,
palato treinado em sumo e sabor,
e o sangue, enfim, puro nas veias.
Pode legar seus sensos a terra,
sementes invadem muitas almas,
Múltiplos epitáfios encerra,
Cada coração, uma flor, uma palma...
Suas obras discursam no auto fúnebre,
Desfeito o truque da deusa, ilusionista,
o jazigo que parvo avalia lúgubre,
É pódio que exalta a nobre conquista.