Se a luz que há em tí for trevas
A falta de discernimento,
Cegueira ou coisa que o valha,
Açoita o ensinamento,
E parece que o mestre falha;
Que fácil é pro jumento,
Optar entre o ouro e a palha!
Não vai faltar um que diga,
Que o craque é perna-de-pau,
Que queira algo e consiga,
com monocórdio, berimbau,
Afinal, escada para formiga,
Sequer carece degrau.
Na vasta pan-tribuna global,
Cada um, acena o que gosta,
O obeso seduz ao canibal,
Que está elegante, aposta,
Caipira no pesqueiro do pantanal
Cevando peixes com bosta.
Herdamos almas sutis,
Sem o palato pra sutileza,
Uns adquirem o gosto feliz,
E todos achegam-se à mesa,
E a dois palmos do nariz,
Sophia forçando a represa…