Se a luz que há em tí for trevas

A falta de discernimento,

Cegueira ou coisa que o valha,

Açoita o ensinamento,

E parece que o mestre falha;

Que fácil é pro jumento,

Optar entre o ouro e a palha!

Não vai faltar um que diga,

Que o craque é perna-de-pau,

Que queira algo e consiga,

com monocórdio, berimbau,

Afinal, escada para formiga,

Sequer carece degrau.

Na vasta pan-tribuna global,

Cada um, acena o que gosta,

O obeso seduz ao canibal,

Que está elegante, aposta,

Caipira no pesqueiro do pantanal

Cevando peixes com bosta.

Herdamos almas sutis,

Sem o palato pra sutileza,

Uns adquirem o gosto feliz,

E todos achegam-se à mesa,

E a dois palmos do nariz,

Sophia forçando a represa…

Leonel Santos
Enviado por Leonel Santos em 07/10/2011
Código do texto: T3262663
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