Sentir a existência
Vou-me embora, já é tarde...
O sol está se pondo e o dia já findou!
Ao deitar no horizonte é sinal de despedida.
Do calor ou do rumor que se via em alarde...
Quando ainda ele brilhava na aurora dessa vida.
Suspiro profundo, que saudade...
O tempo corre solto e nem vimos que passou!
Ressoa o badalar que jamais nos intimida.
Em minutos e segundos já se vai minha vaidade...
Despreparo ao perceber que a hora é tão corrida.
Olhar bem devagar, vem novidade...
A noite é escura, mas percebo o que ficou!
A brisa que resvala sem licença me convida.
Tão suave a me tocar em sublime intimidade...
Sensação que não limita nem faz crer que é proibida.
Até novo clarão, em raiar que já invade...
Outro dia se inicia com a noite que acabou!
Os dilemas que anunciam a estrada indefinida.
Remanso se alterna com a furtiva tempestade...
Enlaçar minha existência à natureza que é sentida.