Sentir a existência

Vou-me embora, já é tarde...

O sol está se pondo e o dia já findou!

Ao deitar no horizonte é sinal de despedida.

Do calor ou do rumor que se via em alarde...

Quando ainda ele brilhava na aurora dessa vida.

Suspiro profundo, que saudade...

O tempo corre solto e nem vimos que passou!

Ressoa o badalar que jamais nos intimida.

Em minutos e segundos já se vai minha vaidade...

Despreparo ao perceber que a hora é tão corrida.

Olhar bem devagar, vem novidade...

A noite é escura, mas percebo o que ficou!

A brisa que resvala sem licença me convida.

Tão suave a me tocar em sublime intimidade...

Sensação que não limita nem faz crer que é proibida.

Até novo clarão, em raiar que já invade...

Outro dia se inicia com a noite que acabou!

Os dilemas que anunciam a estrada indefinida.

Remanso se alterna com a furtiva tempestade...

Enlaçar minha existência à natureza que é sentida.

Danilo Rodrigues de Castro
Enviado por Danilo Rodrigues de Castro em 06/10/2011
Reeditado em 06/10/2011
Código do texto: T3260743