POEMA DESCABIDO
Poemas descabidos
Os que mais cabem
No meu bolso mal-cerzido
Enroscam no forro, ao fundo
Ressentidos dos sentidos
Sucumbidos do mundo
Lá passam suas fomes
De calabouço. Nesse escuro,
Seus lamentos impuros, ouço...
... Suas vozes sem sílabas
Seus disformes destroços
De inconformes Ilíadas
Ininteligíveis cuneiformes
Como que dependurados
Nos cabides de móbiles
Meus poemas descabidos
Escorregam pela perna
Adentro à calça
E sujam de versos absurdos
A calçada deserta
Defronte à praça