O jardim de pedras
Tem dias que nenhuma coisa serve,
E qualquer uma, nos satisfaz;
Gêiser que na aurora ferve,
E no dia claro, volta pra trás
Ambíguo estado de alma,
como fosse mal, estar em nós,
o frescor da brisa, o calor da calma,
acenam-nos com sua voz.
Foge a chance da gente errar,
pois não há meios para o acerto;
qualquer osso, uma canja dá,
quando nostalgia rege o concerto.
Nem o poema tem voto de Minerva,
triste e alegre, assim, confuso medra,
deserto de Atacama, carente de ervas,
espalhando cores nas próprias pedras...