O jardim de pedras

Tem dias que nenhuma coisa serve,

E qualquer uma, nos satisfaz;

Gêiser que na aurora ferve,

E no dia claro, volta pra trás

Ambíguo estado de alma,

como fosse mal, estar em nós,

o frescor da brisa, o calor da calma,

acenam-nos com sua voz.

Foge a chance da gente errar,

pois não há meios para o acerto;

qualquer osso, uma canja dá,

quando nostalgia rege o concerto.

Nem o poema tem voto de Minerva,

triste e alegre, assim, confuso medra,

deserto de Atacama, carente de ervas,

espalhando cores nas próprias pedras...

Leonel Santos
Enviado por Leonel Santos em 03/10/2011
Código do texto: T3254837
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