A saga de um cavaleiro
Cavalgando nas montanhas brancas
Sinto o tom selvagem do vento em minha pele
E nada vejo além da neve
Sou um cavaleiro solitário
Sobrevivente de guerra
Que nada deseja além de voltar
Para os campos verdes da minha terra
Mas estou ferido
E aos cantos os mortos me seguem
Atrás das arvores
Enterrados
Todos me querem...
Uma cilada esta próxima
Empunho minha espada bastarda
Desço da montaria tão fiel
Aguardo sem medo a batalha
Então um grito se faz!
Sangue minha alma de guerreiro clama
De todos os lados inimigos surgem
Despedaço cabeças
Mutilo corpos
Quebro ossos
Sentindo a cada minuto o último
Presencio este negro crepúsculo
Onde o dia vira noite
Minha espada uma foice
Lâmina morta
Tenebrosa
Guiando-me para a vitória
Olhando os restos na escuridão
Ponho um fim nesta história
De zumbis a minha volta
Tolos devotos no que acreditavam
De nada valem neste momento
Teu rei
Nada sonha com suas famílias ao lamento
Ele vos esqueceu
Esta agora mandando outros
O sentido desta jornada nunca entendeu...
Sozinho novamente
Sem meu cavalo
Estou carente
De calor
De comida
De tudo que enfrentei
Nada tive mais raiva
Do que esta floresta maldita
A lua esta alta
Arrasto-me ouvindo os lobos
Na beira da vida
Faz-se um chamado
Quando vou perdendo a consciência
Ouço meu nome
Quem de tão longe me salva
Ou me mata
Ele agarra-me antes da queda
Coloca-me sobre os ombros
Já não vejo nem ouço nada
Tudo é calmo
Mesmo na escuridão sinto paz
Palavra difícil nos dias atuais...
Acordo assustado
Ele se foi e me deixou salvo
Logo a frente um rio
Olhando meu reflexo na água
Vejo minhas cicatrizes
Marcas que não deixaram saudade
Nem tão pouco boas lembranças
Mas que me deram a liberdade
Olho o horizonte e choro ao ver meu vilarejo
Só então percebo
Que o cavaleiro misterioso levou minha espada
Deixou-me sem arma
Sabia ele que não mais precisaria
Obrigado senhor
Só agora entendo o meu salvador...
E ele correu aos abraços de sua família.