BRASILEIRO RÉU CONFESSO

Sou brasileiro réu confesso

Às margens nada plácidas

Dos bancos que me negam

Empréstimo

Afrouxei nó de gravata

Desbaratei o maldito terno

Fui bebericar um imenso chope

Num gole alienado e eterno...

- Garçom, desce dois, desce mais

Que ninguém soube me amar! –

(Quero provocar muita pena

Eu, pobre, insolvente rapaz)

Fim de tarde e Inês, a gerente sonsa

Aquela morfética de boca rota e torta

Inês - a pilantra (essa mesma) - é morta

É bancária, só pra me dar do contra...

Vem a madrugada e cacareja sua sirena

Os copos já parei de contar

Nem quero ver de quanto a conta

- Ai, a saudade mata a gente, morena...

Garçom, aqui nessa mesa de bar

Você já cansou de escutar dezenas

De casos de: - me traz as Cibalenas !

(Olerê, olará, tô a jeito de vomitar)

Deixa estar Inês, amanhã é outro dia

Outro maldito dia, logo de manhã...

Quebrarão novas ondas de patifarias

Nessa praia brasileira tão linda quanto malsã