Estio
Uma estrada de barro
Um caminho recortado
Pedras, areia , cascalho
Marcas da dor, do estio.
O verde da paisagem
Perde-se na aridez secular
Poeira que se levanta
E lacrimeja o olhar
A dor maior, eu insisto
Não está nos pés doloridos
Descalços, expostos, sofridos
Com galões de água a caminhar.
A dor maior está em ver
Tantas cercas na estrada
Córregos reclusos, águas marcadas
E rebanhos, inteiros, a beber.