Estio

Uma estrada de barro

Um caminho recortado

Pedras, areia , cascalho

Marcas da dor, do estio.

O verde da paisagem

Perde-se na aridez secular

Poeira que se levanta

E lacrimeja o olhar

A dor maior, eu insisto

Não está nos pés doloridos

Descalços, expostos, sofridos

Com galões de água a caminhar.

A dor maior está em ver

Tantas cercas na estrada

Córregos reclusos, águas marcadas

E rebanhos, inteiros, a beber.

Samira Fahel
Enviado por Samira Fahel em 28/09/2011
Reeditado em 29/09/2011
Código do texto: T3245324
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