Encontro em Setembro
O adolescente e o ancião perambulam no átrio,
com bagagens diversas nas costas;
embarcam no trem das quimeras,
visando paradas opostas.
O veterano retroage a uma estação,
em que o outro era um sonho dos pais;
o infante mira, onde aquele será história,
um corre pra menos, outro, pra mais…
O jovem se ufana em sonhos,
conforme o devaneio incite;
o outro, versa pretéritas proezas,
grandes demais, pra que se acredite.
O primeiro, vaga qual pluma,
seu peso, inda resiste à gravidade;
o segundo vegeta, balança ao vento,
radicado no solo da saudade…
O que então ocorreu, e ora lembro,
foi, quão normal, o contraste era;
afinal, cabem no mesmo setembro,
o estertor do inverno, e o alvor da primavera…