Nossas fases animais
Germinamos meros peixinhos,
Águas tíbias, nunca inverno;
Um dia deixamos a piracema,
Gravidade vence gravidez,
E saímos do rio materno.
Aí os novos mamíferos,
Têm seu mundo numa mama,
Choram o leite não sugado,
Exigem uma mama fake,
Para o aconchego da cama.
Em nosso ensaio de répteis,
Nos arrojamos sobre a terra;
É que pernas inda frágeis,
Desconhecem o equilíbrio,
E o passo a gente erra.
No vigor ganhamos asas,
O céu é limite, adeus, ninho;
Estações e horizontes,
Impensadas arribações,
Dispersam o passarinho.
Por fim, velhos anfíbios,
Duas vidas, uma externa,
cobrem essência com aparência,
outros, razão para existência,
sóbrios apostam, em vida eterna...