E se o medo criar garras
E se o medo criar garras?
O medo dorme tranquilo e pequenino
na escuridão habitável do esquecimento
se recosta sobre as rochas do envolvimento
e agarra-se aos mantos quentes da ilusão
mas em noites de estrelas guias...
Ele sai de seu confortável domínio
e a sombra de sua pequenez
se agiganta nos fachos da lua branca
Habita então as consciências distraídas
e ocupa todos os espaços obscuros
clareia as infantilidades dormentes
e mostra as garras e dentes
Afiadas e brilhantes
da inconsciência
Pula qual pantera negra
em solo selvagem
e engole sem saliva
mastigando aos poucos...
os poucos sinais da coragem.
Márcia Poesia de Sá - 16.09.2011