Café
Que sentimento é este que me ataca o peito?
Será por causa dos ateromas coronários?
Ou será a ânsia de morte com que me deito?
Ou será vermes ainda embrionários?
Não sei se morro ou durmo, mas no meu leito
Há um urro com o qual é feito a minha cova:
Não consigo dormir sem chorar a dor do peito
Pela poesia sem que, na cama, eu me mova.
Quero-te em meus lábios transportar para o meu interior
E em mim selar o meu imenso amor por ti,
Cafeína noturna...
Sem ti jamais ficarei vivo sem teu sabor,
Musa da eterna vontade que vi
Em mim como febre e pele morna.