Portas
As pessoas assemelham-se às portas
São lenho secundário morto
Vezes pelo desgosto
Vezes pelo desamor
Desde que foram podadas, árvores
Escorre a seiva pelos vasos do líber
Até o tronco
Ninguém se compadece
De sua dor
Sábio Orígenes Lessa
Que em seu livro
"Memórias de um cabo de vassoura"
Com propriedade nos fez ver
Não importa se confeccionadas em Pinho
Mogno, Cedro, Imbuia
Peroba, Sucupira ou Jacarandá
Temos que ser portas para abrir
Jamais fechar