Portas

As pessoas assemelham-se às portas

São lenho secundário morto

Vezes pelo desgosto

Vezes pelo desamor

Desde que foram podadas, árvores

Escorre a seiva pelos vasos do líber

Até o tronco

Ninguém se compadece

De sua dor

Sábio Orígenes Lessa

Que em seu livro

"Memórias de um cabo de vassoura"

Com propriedade nos fez ver

Não importa se confeccionadas em Pinho

Mogno, Cedro, Imbuia

Peroba, Sucupira ou Jacarandá

Temos que ser portas para abrir

Jamais fechar

Samira Fahel
Enviado por Samira Fahel em 16/09/2011
Reeditado em 18/09/2011
Código do texto: T3222986
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