Alta costura da alma

Os melhores poemas dormiam,

meninos brincavam na sala;

a maturidade tosquenejava,

como a negar sua fala.

Menudos brincando de arte,

alheios à presença dos demais;

pra eles era o universo,

a província pobre dos madrigais…

Num despertar abrupto,

é certo que o dever chama;

já, na saciedade do sono,

é a vida que separa da cama.

Uma vez de olhos abertos,

a hora é de trabalhar;

mas, o que faz esse sóbrio desperto?

Tem lá seus enfermos, pra medicar.

Labora em versos, tal estilista,

combinando texturas, em sua escala;

reveste saudade, solidão e tristeza,

e as faz desfilar em trajes de gala…

Leonel Santos
Enviado por Leonel Santos em 15/09/2011
Código do texto: T3220673
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