MIL VIDAS
Mil vidas passaram pela minha/nossa vida,
outras mil mais passarão
sem que percebas.
Minha/nossa vida é permeada por essas mil e, mesmo assim,
talvez nenhuma seja notada.
Este rio, este mar de vidas que me rodeia, o que fazer delas?
O que de mim fazer?
Renegarás os abraços, os sorrisos, todos os afagos,
renegarás tudo, mas aceitarás o amor.
Aceitarás o amor de braços abertos,
mesmo que ele seja vagabundo, sujo, indescente,
não cometerás o pecado de renegar o amor.
Aceitarás o amor
mesmo que não sobre nada além de magoas e desespero depois que ele passar,
jamais renegarás o amor.
Somos apenas gente, e só, às vezes só gente, às vezes só.
Nada nos restará senão recordações,
lembranças que serão rememoradas a toda vida.
nostalgicas sombras de algo que se foi... fluido como um rio,
palpável como a luz cálida do sol, que toca meu rosto.
Criaturas funestas seriamos sem o amor.
Sem a dor, o prêmio maior de quem ama, nada seriamos senão mortos.