A falência humana
Quem és pequeno ser,
chegas mesmo a ser,
ou é acinte o que propus?
Dizes pertencer à natureza,
mas, desafinas de sua pureza,
não vês como ela caminha pra luz?
Se és mesmo seu produto,
porque andas tão poluto
ao invés, de lha fazer jus?
Vives nas chagas do planeta,
rasgos de sua baioneta,
feridas que não se cura;
Ainda que tanto te ufanas,
não se avexa de só fazer da cana,
álcool, em prejuízo da doçura.
E agora que tapastes o sol,
laboras, do artifício em prol,
ocultando tua noite escura.
Sua presunção encerra,
o ter ido ao quintal da terra,
pensando dominar o espaço;
Constróis vastos mirantes,
estudas estrelas distantes,
seguindo-as, passo a passo;
A teus pés, estrelas se apagam,
mas numa última chispa indagam,
quem és, pequeno fracasso…?