O 11 de setembro...

Ficar indiferente a dor do outro

É um crime!

Mas como ressaltar a do outro

Que vive tão longe

E não se comover

Com a dor de quem vive tão perto?

Como valorizar tanto os que partiram

Na queda de duas torres?

E não se importar com o caso dos prédios

Que caíram aqui em nosso país?

Deixando mortos, desabrigados...

Como mesmo depois de 10 anos

Reviver uma tragédia anunciada

E não se importar com as tragédias

Anunciadas aqui!

Pelas leis que garantem que mesmo bêbado

Não sou responsável pela morte do outro

Que atropelo, que mato ou que firo!

Pela ausência de segurança nos morros

Nas favelas e agora até nos bairros chiques!

Como não me comover com os milhares

Que morrem pela ausência da saúde pública

Como não me comover com os milhares

De jovens, crianças e adultos

Que perdemos todos os dias para o tráfico!

Para a ignorância!

Não sou indiferente a dor de nossos irmãos americanos

Mas acho que entre ficarmos chorando a colheita

Do mal que eles plantaram

Devíamos olhar para o mal

Que andamos plantando aqui, agora

E que fatalmente colheremos: amanhã!

Sem educação o povo não cresce

Sem saúde o povo não vive

Sem esperança o povo não caminha

E sem olharmos para nós mesmos

Ficamos a vislumbrar as dores alheias

Sem atendermos os que choram e sofrem aqui, hoje, agora!

Pense nisso e plante diferente

Para colher o que há de melhor

No jardim de Nosso Pai!