Eu sou como sou!
Para o ser,
atravessei silvados agrestes
e fiquei feita em farrapos.
suportei espinhos em sangue.
Para o ser,
dormi com os mortos
e adejei vaga-lume
com uma fogueira ansiosa
a estalar dentro do peito,
profunda e viva,
devorando-me inteira

ia-me fundindo nela...

E se o ódio chovia!
E se a injúria açoitava!

Eu sou como sou, pois sou!
E não sou igual a nada!