Ciranda ridícula
Uma gota de chuva caiu em mim
De repente um gosto calado molhado nasceu
E um gato cansado e danado passou por mim
Arrepiei, para não olhar;
Bobagens descobertas livremente
Displicentemente acordada levei um susto
Quando o céu inteiro veio me comer
Cuidadosamente os pedaços azuis de luz
Derrubaram-me pelo chão mais frio do que o corpo
Livrei-me da estupidez de não pensar
Quando acordei um passarinho assobiava
E envolvia-me em serenas e leves cirandas
As crianças em minha volta gritavam
Ensurdecedoras, vibrantes, lamentosamente inocentes.
E aí me veio de súbito uma coisa engraçada
As flores eram altas e belas
Não dependiam de mim para fazer nascer o mais fugaz
Do que a volta, me proporcionaria em um mesmo lugar
E foi lá que me atentei para o fato de que nunca
Poderia sair do mesmo desengonçado patamar
Era simplesmente estranho
As alucinantes terapias que buscava no corrente do dia
Anunciando as necessidades tão vastas
Que precisava com todas as minhas forças
Da ciranda da vida, cobrar uma corrente vadia.