VIVER
Envolvido no afã,
não percebo
e estando tão próximo,
não o vejo.
Se mergulho no olhar,
enxergo
e em contato, entro.
Observando o trevo,
pequenina e tão delicada,
sobressaem corações de esperanças
que unidos no topo de uma frágil haste,
balança ao leve sopro do vento:
- quatro ou três folhas?
Não importa,
a oportunidade dentro da realidade me diz.
No espelhar de uma gota d’água a repousar
reflete o universo ignorado circundante,
que fraco ou forte, belo ou maculado,
mostra-se como traço de giz.
Se atento a um suspirar profundo,
olhar triste ou ao longe estar,
vou a sentimentos íntimos adormecidos,
sonhados, vividos das lembranças,
vagas, doídas ou eufóricas.
A beleza não se esconde,
fecho os olhos d’alma
e simplesmente a desconheço.
Viver é festejar
ao som da harmonia imensurável;
arregaçando as mangas no realizar dos sonhos,
traspassando o sabor amargo,
deleito-me no leito aconchegante,
por vezes dolorido,
mais vezes prazeroso por objetivos conseguidos,
não negados e atingidos.
Maceió, (23:30h) 12 de abril de 1997.
Jatanael Moreira e Silva