Poema de poesia antipoética...
Poderia ficar de artifícios artísticos os quais ocultam
A altiva arrogância e exibem elegantemente idéias
Ocultas repletas de mistério e obscuridade...
Poderia ser o poeta pedante de fala poetizada
A todo instante e transformar sentenças simples
Em coordenações complexas e me fazer de misterioso...
Poderia permanecer-me mais pomposo do que já sou
E ainda conseguir uma legião de pássaros pomposos
Que fingem serem humildes e são elitistas encubados...
Um grão de areia é evidentemente menor que uma montanha;
Se me perguntassem se o grão de areia é menor que a montanha,
Eu responderia que sim: porque é até muito óbvio. Lógico!
Ou eu poderia ser o papagaio palestrador de discurso
Moralista e motivacional em que se relativiza a questão,
Intelectualiza torpemente uma resposta e mistifica o contexto.
Ah! Mas, dependendo do ponto de vista, o grão de areia
É do mesmo tamanho de uma montanha; eu poderia dizer.
Com o direito a belas palavras e toda uma sabedoria modesta
Que faz questão de exibir essa desinibida humildade hipócrita...
Pena que não tenho muita paciência nem energia para desperdiçar
Com joguinhos de palavras baratas tampouco esteja a fim de
Dis-simular simplicidade e humildade através de cinismo prepotente...
Tenho meus próprios métodos para aplicar meu pedantismo...
Ignorar, se fazer de sonso, ou mandar a real são meios mais
Práticos para lidar com a realidade implacável diante dos meus olhos!
Nada mais chato do que ser verdadeiro e sincero! Sem joguinhos!
Sem truquinhos! Sem trapaças! Sem metodozinhos retóricos!...
É inútil tentar convencer alguém da verdade se insistem na mentira...
(Bhrunovsky Lendarious)