Confesso!

Confesso!

Que sou a fera triste

Escondida na alegria dos dias.

Confesso!

Sou presa no passado amarrotado

Entre as paginas amareladas.

Confesso!

Não me apego pelo medo da despedida

A dor latente do adeus.

Confesso!

Sou rude por defesa, empunho a lança

Escondo-me rugindo.

Confesso!

Sou criança, que tem medo do escuro

Corro para os seus braços.

Confesso!

Choro de baixo do chuveiro

Grito por dentro ferida.

Confesso!

Guardo um amor mal-acabado,

Junto aos sonhos desfeitos em éter.

Confesso!

Sou cria de Iansã,

Que vence no mal tempo.

Confesso!

Tenho medo de crescer, medo de assumir

O risco do fracasso.

Confesso!

Sou presa dentro de mim mesma

Aprisionada e aflita.

Confesso!

Guardo segredos inconfessáveis

Na gaveta corroída por traça.

Confesso!

Um medo quase bobo do amanhã

O pedido de socorro fica preso na garganta.

Confesso!

Preciso de mãos estendidas sem julgamentos,

Apenas o silêncio.

Confesso!

Não sou perfeita, as peças não se encaixam

Diante do espelho.

Confesso!

Sou gata, sou bicho, arranho

A sua vontade...

Lu Portaux
Enviado por Lu Portaux em 27/08/2011
Reeditado em 29/08/2011
Código do texto: T3185505
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.