Caquinhos de vidro, tão pequenos
Frágeis, delicados, também ferinos
E com agulhadas, injeta venenos
Na alma que chora; tão ladinos...

Línguas são caquinhos somenos,
Ora doces...ora cruéis... traquinas...
Testemunhas de fatos pequenos,
Com muita ou pouca disciplina.

Caquinhos de vidro... invisíveis
Fazem sangrar o líquido da dor,
E espreita... com olhos ilegíveis,
A marca do grande dissabor...

Caquinhos de vidro, brilhantes
Ao sol, exibe colorido enganador...
E como animal é ruminante...
Arquiteta a espetada...sem horror;

Caquinhos...suplícios; corroídos
Com tortura; fogem do domador.
Caquinhos finos escapam...expelidos...
Assumem tom opaco, assustador.

Ao do som trovão, grãos perdidos,
Atravessa o espaço, corpo e, ralhador
Proclama que falta o sentido
Do Amor que de tudo é Senhor.