A SOBERANIA DO TEMPO

Diante das mágoas, dos dramas e internas guerras - depreciamos os dias

Julgamos ser ali o ocaso das alegrias, só vemos o vazio e nada mais

Entendemos por incapaz todo destino construtor de novas vias

Tempos de aflições e agonias, ferindo-nos a alma com agudos arsenais!

No sonho esparramado em pleno chão, pedimos o socorro da justiça

Desfaz-se a cortiça e o verde esperançoso vira caule ressequido

Achando que o céu houvera esquecido da promessa que nos iça

E vendo o adeus da ilusão que enfeitiça, com a chegada do deserto imerecido!

Nem mesmo o tempo há de ter algum valor nessa passagem

Na sua fixa imagem, tudo que vemos é o suposto além irretornável

Considerando incontornável a problemática e descolorida paisagem

E que ele mesmo foi-se em tal viagem, deixando-nos um fel irrevogável!

Até que após as tantas curvas em si mesmo, decide o tempo inovar

Surpreendendo o nosso olhar com a tal imagem do impossível

Provando que na vida tudo é crível, até o que a lógica não quis acreditar

Que toda dívida há de se pagar e que até o jamais é plausível!

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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 23/08/2011
Reeditado em 28/03/2012
Código do texto: T3177006
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