Divagações sobre respostas, textos e verdades

E todo mundo quer ser lido, mas ninguém quer perder tempo lendo, e todo mundo quer ser compreendido e exaltado por outrem, mas ninguém é compreendido.

Críticas demasiadas e premeditas. Incompreensão da obra, e algumas vezes falta de sentido na mesma.

Exagero de destaque em frases de pouco valor, quando o importante é deixado de lado ou mal analisado.

Extrapolação tirando a graça e o sentido das satirizações, ironias mal compreendidas ou mal feitas.

Necessidade e incapacidade de classificar o texto dentro de um gênero literário. Busca por origens e inspirações inexistentes. Mesma rotulação idiota designada a subgêneros musicais e ou filmes e peças de teatro. Comédia para você, drama para mim, riso no rosto do diretor e enigma revelado de acordo com a imagem de realidade formulada pelo crítico.

Hipérboles trazendo alguma graça a relatos desinteressantes, transformando fatos em notícias, inutilidades em produtos. Maquilagem na verdade, massa corrida.

Observar muda a realidade, e é aqui que as respostas e compreensões se tornam falhas.

Todos enganados, quando a realidade é incógnita indecifrável fugindo da compreensão humana. Por trás das imagens existe a visão e imaginação do fotógrafo.

Os trechos bons da Bíblia são tomados como verdade, as mortes e tragédias são metáforas. Contradições são ignoradas. Os dois lados da moeda são iguais: sem valor. Resoluções aparentemente imediatas e idiotas saciando a busca eminente por respostas inauditas. Resposta provisória até a morte e que permanecerá como um fantasma assombrando os herdeiros da dúvida. Teorias modificadas, novas teorias explicando o passado, o presente não faz lá grande sentido e ainda existem previsões para o futuro.

Escritores que atingiram gerações de cegos, respostas incoerentes dadas pelos donos das palavras. Uma frase simples, desconexa e totalmente sem sentido, arrotada de uma boca fedendo a whisky pertencente a uma cabeça cansada de um sádico niilista, se torna uma grande metáfora. Anos de estudo e teorias e uma nova resposta para a vida é criada. O escritor, aclamado como gênio, morre guardando para si a certeza da insignificância do que fora dito, mas a fama transpassa o tempo, e suas palavras tornam-se a verdade de uma pequena multidão. Outras verdades virão, e cada um escolherá a que lhe for mais conveniente. Poucos chegarão à conclusão de que a verdade talvez nem exista, que a verdade foi inventada por alguém e moldada através das gerações.

Quem foram os vilões? Quem foram os heróis? Quem está certo? Quem não está? Quais as alternativas? Justificativas se fazem necessárias?

Eu estou certo, você está errado, e o mundo segue, e o mundo individual de cada um é quase tão conturbado quanto o mundo dividido por todos.

Beckerf
Enviado por Beckerf em 22/08/2011
Reeditado em 25/09/2011
Código do texto: T3175973
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