CRIAR É IMPRECISO

Para criar é preciso, antes de tudo eliminar-se, desprender-se do seu ego

É preciso eliminar também a linha do tempo

Porque nada se cria sobre ela

É preciso mergulhar no impreciso, no vago, no nada

Necessário resistir a noção de tempo, o tempo foi dividido, pelos criadores da fortuna,

Para controlar os contributivos, dos quais eles comandam

O tempo só serve para o organizar o mundo físico

No espaço, no metafísico ele não existe

Porque a arte exige descompromisso e caos

No ato da criação é preciso entrincheirar-se num casulo, intransponível

E viver lá dentro independente do tempo, de si mesmo e da realidade

Um casulo tão fechado, onde nem mesmo Deus entra

Depois navegar com este casulo pelas esferas do universo da loucura e do alheamento

Nada existirá para você, nem mesmo você, salvo as suas percepções, sua guia, sua mestra que o levará para fora das amarras do mundo, onde encontrarás com os limites de alguma outra dimensão que você desconhece e teme.

E neste caminhar nonsense sobre as superfícies imprevisíveis do nada

Encontrar tudo o que você não espera encontrar

Tudo que lhe preenche o vazio de não ser nada, a fantasia extrema e lírica da abstração ou descobrir o vazio impreenchível.

O vazio absoluto da alma, criada por quem te prende por um fio e te manipula. Por isso, só a arte e a loucura te libertam.

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 20/08/2011
Reeditado em 01/04/2015
Código do texto: T3171157
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