De tempos em tempos
No meu núcleo eu era o rei
Mas opinei, optei pelas extremidades, pelos catetos e cossenos indisciplinados
Conciliei-me com os vértices adjacentes a minha visão metódica e escassa
Explorei devagar, minuciosamente, com os lábios, uma canção de ninar
Surtei ao ver fugir o controle entre meus dedos
Rezei um terço e em um quarto me tornei pecado
Desenhei luxuria, detive sonhos
De tempos em tempo, envelhecia
A sala de estar vazia, cheia de sombras
Um coração angustiado, a libido sussurrando meu nome
De tempos em tempos
Minhas enzimas dissipam como vapor, suor, lagrima de um órfão
Orações feitas a uma garrafa vazia
Destreza deprimente, se agregando ao nada,
Intrusos falidos de tanto amor
Não aguardando ninguém, viciado em um desconhecido
Objetivos ilícitos, não estavam claros. A luz havia apagado
Utopia, enciclopédia, dicionários e diretrizes; caminhos que meus sapatos não seguem mais; se entregam desamarrando-se na próxima esquina
O poder estatístico, cálculos feitos em estrelas apagadas, no extremo do desespero inexplicável em linhas, letras e palavrões, arrancando nos dentes tudo aquilo que resta de bom.
Sangrando arranhões com sorriso na face
Meticulosos e prepotentes, afetando sua fibra instável
Te tempos em tempos...
Segure o choro, como jóia, não se deixe explorar, desvendar, tão fácil.