Ou como olhei no retrovisor

Os navios afundaram a tempos,

As flores murcharam nos vasos.

e eu não vejo saída,

não consigo matar a sede,

nem vejo poesia nessas paredes.

E já estamos com os dedos sangrando

De tanto tentar encontrar uma saída,

Não há saída.

Estamos presos no tempo que criamos,

cultivando flores mortas que esmagamos.

Não há mais sentido, já não tenho vivido...

Ouço estórias, sempre as mesmas estórias.

E já me sinto farto,

já sinto este fardo.

então sou para ti, o que os dias são para mi,

Mais um... somente...

Mais um, que está a divagar pelo tempo,

e pelo espaço

mas apenas para os que abrem-me as portas;

Pois não sou ladrão,

e não confiais nos gatos,

nem tampouco, nos que andam como...

Assim torno-me um dia a mais,

e tu, tornas-te outro imbecil.

Porque à noite os ouvidos são tão inúteis

quanto caçar fantasmas sem sal grosso.

Pois tudo isso já assisti,

sentei no banco da plateia, mas, eu esqueci de aplaudir...

Esse teatro de lágrimas, as luzes que nunca apagam, o ator que nunca para de atuar, a hora que nunca passa, o amor que nunca finda...

O sonho que morrera...

pois não ensinara a voar

ao contrário da mantícora.