Bigode postiço

Algumas décadas no liceu,

assimilando o que Cronos deu,

preço que pagamos,

por uma mecha de Sophia…

Contudo, alguns são reprovados,

persistem apesar de ensinados,

em viver seu noviciado,

tendo nos instintos, a estrela-guia.

O tempo não diploma sem prova,

tampouco aos errantes aprova,

presumem vigor de vinte anos,

e a experiência de sessenta;

Lançam-se à presa sem dentes,

duplamente impotentes,

não podendo conter o vício,

e a brasa do prazer, não aquenta.

Porém, afirmam que nada falta,

o que é exortado até se exalta,

“Só me arrependo do que não fiz”,

bravata com bigode postiço;

Aluga veneno pra dar o bote,

ameaça estalando alheio chicote,

pois nem a frase o tal fez,

e não parece arrependido disso…

O fato é que foi relapso no ofício

das lições fez desperdício,

jacta-se que viveu a vida,

que nada, mera existência!

Agora, o que foi aluno aplicado,

traz frutos do aprendizado,

seu dito melhora o caminho

é como placa de advertência.

Leonel Santos
Enviado por Leonel Santos em 13/08/2011
Código do texto: T3157848
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