Pobreza
Pobreza não significa tristeza
Não é sinônimo de realeza
Mas se reveste de pureza
Possui o amargo gosto da dor
Quando a fome surge com furor
É salgada com o sal do pranto
É doce com o mel do encanto
Pobreza é o horizonte pálido ou cheio de luz
A última réstia que conduz
Aos sonhos, esperanças e vivências
Alegrias, decepções e essências
O principio da vida árdua e dura
A base da paciência e da brandura
Pobreza não significa tristeza
É tão igual a qualquer riqueza
Nas lutas, ganhos e perdas
Velas magras e gordas acesas
A desintegrarem na mesma terra
A terra mortal que a tudo encerra
É a vida que segue acima
Dos preconceitos e cismas
Tão rica na linguagem única do som
Tão digna na cor de qualquer tom
Pobreza renasce na imensa lida
Lida que jamais se finda
Nas idas e vindas