Não sei nadar

Águas descem céleres por lugares imundos, cânions,

entre lixo e fezes, alheias aos revezes, buscam os

baixios da terra.

Regatos concorrem molhando vícios, sujeiras, desperdícios,

vermes vários que a lama encerra…

Monótono ciclo; cursos fluem e afluem,

misturando-se por fim, oceano omisso;

alhures, alguns gêiseres sobem, que pulso,

que impulso! Mas ninguém atenta para isso.

Puras, cristalinas, contra a natureza qual piracema,

maravilha que presto se esquece;

Mistério que nuvem escura encobre, porque conta pouco

a límpida água que sobe, e tanto, a suja que desce?

Porque todos mergulham na lama, será medicinal, ou é

cegueira geral? Lamento… não sei nada.

Porque também não mergulho, será presunção ou orgulho?

Lamento… não sei nadar…

Leonel Santos
Enviado por Leonel Santos em 07/08/2011
Código do texto: T3145155
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