Manhãs Confusas, Estradas Cíclicas

Hoje o dia começou

Com aquele tipo de manhã

Em que se acorda pensando em tudo

Com a organização de quem não pensa em nada

O sol brilha e traz aconchego

Mas não é suficiente para ocultar

As nuvens presas no coração

Hoje o dia começou

Com aquele tipo de manhã

Em que palavras aleatórias

Ainda possuem serventia para uma mente confusa

Uma mente que não queria ser confusa

Mas que não conhece a fórmula

Para espantar os fantasmas do passado

Tantas coisas mudaram

Mas as mesmas confusões cíclicas

Ainda atormentam

Quanto mais dou passos à frente

Mais pareço me aproximar do ponto de partida

E continuo a me perguntar

Qual a razão para tudo isso

Qual a razão que faz valer a pena

A tristeza em meu coração

Que só porque ninguém conhece

Não significa que não esteja lá

Perdi-me no meio do caminho

Entre fantasias idealistas e realidades cruéis

Às vezes, encontro fantasias cruéis

E até mesmo realidades ideais

O mundo não é tão absoluto assim

Mesmo que seja a única coisa concreta que temos

Procuramos agarrar o futuro

Mas ele está sempre um passo à frente

Procuramos compreender o mundo

Porém jamais alcançaremos sua experiência

E ele sobreviverá a nós

Ou cairá junto conosco

Devo dizer outra vez que continuo na estrada

Mesmo que as respostas permaneçam tão obscuras quanto antes?

Devo dizer outra vez que não desisti da guerra

Cujo objetivo não sei?

Ou posso dizer apenas que a vida

Vale todas as tristezas que encontramos no caminho?