Bobeiras ausentes e presentes.

A exatidão da massa, os olhos da insensatez.

O canto dos mudos, a esfera dos nobres, na graça dos ricos, e o pobre pequinês.

O infortúnio do belo, o exasperado do rancoroso.

O ódio da revolta, a meiguice do piloto, a calma do idoso.

A parcela do montante, o montante parcelado de culpa.

Agora, o doce amargo que vêm à boca, tocando fiel lábios carnudos.

Fala-me de amor. Fala-me o amor, rasgando as vestes bobas, que só fazem alinho a corpo.

Tudo se torna tão necessário e belo. Diferentemente belo.

Acredito mesmo na ausência, como presença.

Tornamo-nos incapazes de notar, quando submersos ao excesso da coisa.

Só um mendigo é capaz de saber a fortuna que tem. Ao viver, crio dó e piedade daqueles que com muito, pouco nadam.

A falta não faz falta. A falta está presente e é um presente da dádiva.

Insistente, a ausente presente.

Alexandre Bonilha
Enviado por Alexandre Bonilha em 03/08/2011
Reeditado em 06/02/2017
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