OS DOUTOS HOMENS E SEUS CARROS

Desfilam os doutos homens nos seus carros

Vão por uns túneis lodosos e podres

Por umas ruas espurcas e ininterruptas

Dançam no passamezzo que podem

Enquanto desembebem a ralé desse ar

E regurgitam a carne podre dessa besta-fera

Como desachegar e desembriagar,

Como redesenhar os céus fétidos dos dias,

Passar a limpo

O rascunho aerófago de civilização?

Desfilam os doutos homens nos seus carros

Que antepassam, passam e repassam a sordidez

E – diacho - jamais aprenderei

De onde vêm e para onde irão