Como o poeta vê as palavras

Amo tanto as palavras, que tanto as devo.

As devo os únicos momentos de paz que encontro

Quando permito desabitar-me para imergir

Nesse universo amplo, desconhecido

Mas incrivelmente deleitoso

Onde, e somente onde, encontro sossêgo

E espaço para ser quem sou;

Sem medo de espalhar ou me ajuntar demais.

Porque não sou eu quem vou em busca das palavras

Elas sempre estão aí e são para todos os que delas precisam

Nada de buscas, as palavras te encontram com uma

Imperatividade quase potestativa,

Surrateando todas as suas formas de resistência.

E de alento e único consolo,

O que te resta é escrever

Que dádiva então!

Se és escolhido por elas, as palavras,

Achastes lugar em meio à sequidão,

Diante do que os lábios não são capazes de expressar;

Teus dedos agora são os pincéis que darão realidade

E dinamismo as palavras.

E no final terás um lindo quadro à apresentar, chamado vida!

Eis a realidade das palavras: vida, em sentido "latu"!

Porque vida é tudo que nos traz fôlego, é tudo aquilo

Que nos faz respirar.

O ar do poeta é a palavra e sua transpiração é o versar!

Miss Angel
Enviado por Miss Angel em 27/07/2011
Reeditado em 03/03/2012
Código do texto: T3122676
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