Orientação para a Lua Minguante.
Na Lua Minguante
A maré baixa
Reflui para o alto mar
No nosso corpo
É tempo de a água diminuir
Ao contrário da Lua Cheia
Onde a água se alteia
E vai se expandir.
A Lua Minguante
É tempo de refletir
Pensar e não agir.
Recolher o braço
Dobrar-se ao cansaço
E não concluir.
Deixar de dizer...
É tempo de irritar-se
(menos água no corpo...)
E se contrair.
Quem tem fé em Deus
É tempo de só a Ele dizer
Em linha direta
Só a Ele ouvir
E cegamente obedecer
Pois há nuvens negras
Que passam.......
Para não chover.
A rosa branca no asfalto
Nem com balde d´água
Vai se refletir
A Minguante míngua e seca
Toda atividade externa
Como a dizer que
É para acumular forças
Filtrar os cascalhos
Para na Lua Nova
O brilhante aparecer.
Com o papel e a caneta
Nossa relação incita a fortalecer
Muitos copos de água e tinta
Ingerir
Pois a Minguante o úmido teima
Em suprimir...
O surto tem que ser só o interno
Do contrário a vida vira
Um verdadeiro inferno.
É tempo de curtir
Viajar nas profundezas
Dos ovulos, dos globulos
Das células do nosso ser.
Tempo de silencio
E de recolher
Os frutos que em outras Luas
Germinaram das sementes.
E escolher
Cuidadosamente
Sem pressa
E sem repentes
O suficiente
Para se alimentar
E não sofrer.
Quanto mais mingua a Lua no céu
Mais escuro ele fica
É quando então as estrelas
Vão se deixar ver
E a Via Láctea em toda sua beleza
Vai aparecer.
As luzes das estrelas
Na escuridão da noite
Só por reflexos e sensações
Vamos reconhecer.
Baixa atividade intelectual
Pouco poder de concentração
Para o mundo objetivo
Nossa parte elétrica é penosa
Temos que respeitar
A tendencia para sermos pouco ativos.
Deixar o magnetismo surgir
Com toda naturalidade
Força, liberdade
E se expandir.
Em outras palavras a Minguante
É o lado do artista
E não do bebado equilibrista.
EXIMIA INTERAÇÃO DA BRILHANTE tANIA oRSI vARGAS, QUE MUITO ME ALEGRA E HONRA:
Seremos seres "lunáticos"
se conosco a lua
faz das suas?
na minguante então apáticos
sorumbáticos.
Na crescente
talvez valentes
e no plenilúnio enfim o êxtase
o amplexo
o reverso destes ambíguos cismares
submissos aos ciclos lunares!
Maravilhosa interação da grande poetisa Maria Jose:
Eu vivo no mundo da lua/
Ela me banha,me apanha me assanha/
Tira a minha roupa,me deixa nua/
Olho pro céu, me entrego inteira/
Nesta grande brincadeira/
E somente com as estrelas/
canto e danço, a noite inteira!