Nosso Brasil.
Onde estás nosso tratado?
Onde está meu grito de paz?
Onde está a vida que pedi pra Deus?
Onde vivo?
Incapaz corpo sereno.
Lúcido mero veneno.
Perfeito ao sangue tocar.
Meu canto ladrão aqui está.
Sigilo se foi na jornada.
Escrava por brancos presos de paz.
Escura por muitos amar.
Perpétua por sempre atuar.
Senhor já sai da senzala.
Posso te cumprimentar?
As mãos livres estão, mais presas
Ao passado vão me trovejar.
Grande liberto, maior de muitos.
Melhor do mundo, me segure os pés.
E suas mãos limpas estarão por me negar.
e sujas estarão por me tocar.
Faça de tudo sua alegria,
Mas não conte com a minha força.
Esqueça da minha dominância, viva apenas
Da minha dependência e eu serei o grande rei.
Rei do novo pobre Brasil!
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(Luciana Amaral)