Lixo temporal
É admirável o regurgitar de energias
que transborda pelas cordas do instrumento,
ecoando, o som, que embala meus dias
e levando a importância da gana ao vento.
Na voltagem esticada a pisar na véspera,
resta o bocejo da noite quilométrica,
anulando a simpatia mental que não reverbera,
enquanto toma o medicamento da dialética.
Compreender não forma a tradução espacial
daquilo que um dia foi perfeito,
mas a escrita de algo anormal
pode conter algo direito.
Alfabeticamente estagnado,
prendo-me a hinos dissolvidos.
Janto e ando, enganado,
assistindo o que não acontece aos ouvidos.
Volto a acordar os acordes acampados,
com intento de levantar o alvo da insônia.
Não prezo pelos minutos desmaiados,
mas rezo por uma acordar com parcimônia.