ALMA
Desliguei despertador… Estiquei lençóis
Da camiseta de fino e velho pano enxuguei suores de noites mal dormidas
Liguei chuveiro, Separei toalha. Deixei esquentar a água.
Despi-me do resto em segundos
Mentolei minha pasta e esfreguei a palma da mão no rosto.
Dei de ombros pra barba mal feita e no calor intenso do Box... Mergulhei!
Senti meus cabelos molhando. Gota a gota penetrando.
Fiz espuma em minha pele e deixei que o sabonete por inteiro me cobrisse.
Não havia pressa pra rotina!
De alma quente adiantei passos pelo quarto. Deixando o corpo secar ao tempo
Enquanto encurtava a vida em baforadas de canela
Escolhi camisa e estiquei
Escolhi calça e passei
Vasculhei sapatos e o preferido
Eu lustrei
Vesti-me num pulo e de perfume na mão...
Me embriaguei
Preparei café como sempre. Forte... Amargo
E de um gole só eu despertei!
O relógio e a carteira já me esperam junto à porta
E a hora é agora.
Vou abrir e sair sem olhar o cardápio da vida...
Sem saber se vou amar ou sofrer
Se vencer ou como num disco riscado
Outra vez voltar a perder
Mas eu sei que vou fechar tranca atrás de mim e entrar no jogo
Porque já vai tarde à hora de começar a viver!