ALMA

Desliguei despertador… Estiquei lençóis

Da camiseta de fino e velho pano enxuguei suores de noites mal dormidas

Liguei chuveiro, Separei toalha. Deixei esquentar a água.

Despi-me do resto em segundos

Mentolei minha pasta e esfreguei a palma da mão no rosto.

Dei de ombros pra barba mal feita e no calor intenso do Box... Mergulhei!

Senti meus cabelos molhando. Gota a gota penetrando.

Fiz espuma em minha pele e deixei que o sabonete por inteiro me cobrisse.

Não havia pressa pra rotina!

De alma quente adiantei passos pelo quarto. Deixando o corpo secar ao tempo

Enquanto encurtava a vida em baforadas de canela

Escolhi camisa e estiquei

Escolhi calça e passei

Vasculhei sapatos e o preferido

Eu lustrei

Vesti-me num pulo e de perfume na mão...

Me embriaguei

Preparei café como sempre. Forte... Amargo

E de um gole só eu despertei!

O relógio e a carteira já me esperam junto à porta

E a hora é agora.

Vou abrir e sair sem olhar o cardápio da vida...

Sem saber se vou amar ou sofrer

Se vencer ou como num disco riscado

Outra vez voltar a perder

Mas eu sei que vou fechar tranca atrás de mim e entrar no jogo

Porque já vai tarde à hora de começar a viver!

luis lopes
Enviado por luis lopes em 22/07/2011
Reeditado em 22/07/2011
Código do texto: T3110611
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