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A calçada
É a estrada
Do tédio.
Com meus passos
Largos
E meus cansaços
Fardos
Sem remédios
Sigo a seta
Rumo à certa
Desilusão
De descobrir-me
Comum.
A calçada
Calada
É a cilada
De uma vida.
Tem silêncio
E uma multidão
De pensamentos,
Tem despedidas...
A calçada
Onde dorme
O mendigo solitário,
Onde se perde o salário
Ou o ônibus das seis,
Vem dizer que é a vez
De chorar por existir.
Senta na sarjeta
Está feita: a decadência
De uma existência
Sem vontade...
Chora a gorjeta
Miserável da vida...
Chora
De verdade.