Resto

tudo perde o valor

eu perdi o meu

o enterrei

não sei qual o meu lugar

as coisas não são

como a n t e s

as costas estão curvadas

e a cabeça baixa

c o r c u n d a

oriunda da banalilade

é tudo tão futil

as pessoas são futeis

não sei em que ou quem

devo acreditar

no que v e j o, leio

ou sinto

em quem b e i j o

abraço ou acaricio

caio no v á c u o de novo

naquele mesmo poço

onde as dúvidas perduram

meu leito

é f r i o

onde o corpo nunca aquece

esfria

estar chorosa

irrita, me cansa

mas não tenho mais energia

pra sorrir

fingir

ou f u g i r

aparentemente

tudo parece ter

que ser empurrado com a

barriga.

queria poder chorar

sem ter que justificar

só queria um colo

e silêncio

sem perguntas pra

responder.

as vezes queria falar

somente falar

e não ouvir

sermões - "não fique assim"

"por que choras?"

"por que se sente assim?"

a verdade

é que não sei o que

tenho, talvez nada

talvez ninguém.

passo tempo demais tentando

v e r

e descobrir

o que sou, ou o que fui

o que ainda me resta

e o que ou quem

p e r d i.

DãGonzalez
Enviado por DãGonzalez em 16/07/2011
Reeditado em 09/11/2012
Código do texto: T3099227
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