Mulheres que fui
onde estarão?
que usaram meu rosto
pra sorrir ou pra chorar
ou simplesmente
moveram meu corpo
em busca de amor?
Bonecas deixadas nos sótãos
cujas donas já cresceram!
O corpo onde ora eu vivo
já foi de tantas mulheres
entretanto, estando comigo
enfim, me pertencerá?
Quem eu fui na vida afora
aparece nas suas marcas
mas os erros cometidos
já não me pertencem mais!
Estão com outras guardados
congelados nas dobras do tempo
contando histórias ao vento
umas boas, outras más
Hoje, sou nova
em velha embalagem
novos olhos, novos rumos
e a elas que me viveram
o passado lhes pertence
pra ser guardado no sótão
com os erros e os acertos
que não me dizem mais nada
a não ser que eu siga em frente!
O corpo onde ora eu vivo
a tantas ele abrigou
no palco da vida
rio turbulento
muito nadaram
contra a corrente!
Do passado resta o recuerdo
trilhas circulares
caminhos fechados
cenários desbotados
assobiam os tempos...
Mulher! Um passo à frente !