Seremos meras estatísticas?
Um carro pára,
repentinamente no meio do trânsito...
Três homens empurram-no para a calçada,
de mecânica, eles não entendem,
só de solidariedade...
Um motor aberto,
um triângulo,
um pisca alerta quebrado.
Uma mulher sozinha,
o celular na mão...
Um transeunte,
dois, três, diversos deles,
entre o ocorrido e a chegada do socorro.
Um carro em uma calçada
de uma grande avenida
não causa comoção ou emoção,
parece não provocar nada,
ser invisível...
É como se cada um estivesse preso,
em sua cegueira interior,
vendo e não enxergando,
ou sequer vendo,
o inusitado da situação...
O socorro veio,
a solidariedade também,
assim como a insensibilidade
e por fim, a reflexão...
O que somos numa grande cidade?
Quem somos?
Seremos meras estatísticas?
Procuro acreditar que não...