PINGA-FOGOS DE LUZES E SONHOS
n’um arfar de peito que se esvai
n’uns olhos sobejos de palidez prata
n’uma sombra soturna e inútil de árvore
na brisa fria e baralhada que me contrai
no alvoroço das nuvens ao compasso da noite
no manejo das almas a ombrearem a lua...
singra uma nau insensata
de orbitar emoções
pelos mares sensoriais da galáxia...
e há morte contente ao tombarem estrelas
e há pinga-fogos de luzes e sonhos
sobre as folhas orvalhadas da cerca viva
do quintal encandeado da minha casa