Ecos
 
Altares mórbidos e gélidos
Que outrora foram cálidos
Hoje pálidos, vazios, esquálidos
Apáticos, patéticos e umbráticos
Não rogai por nós, pobres pescadores
Arpões inúteis para lagos mortos
Carpas já não percorrem o curso parado
Lá na era géliva da pleura anômala
A neura lastima a lacrimosa entoada ao longe
Ruge pelo vento estático a estética decadente
Discorre um discurso casual e monótono
Ecos, ecos, egos, egos, egos em ecos
Invadem a marola do instante atemporal
Então direi que ganhei o senso
Calando que há tempo e verso
Na mudez a fera ferida sobrevive
Num complacente estado de graça
No canto do quarto as risadas se aninham
Repousam indolentes e estranhadas
Há febre e já não há...
Há entendimento e ainda há
Basta à casta a concepção