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Devaneios no Deserto

Chagas ardidas, em passos descompassados tão cansados, em cumplicidade ao são cajado, extasiado com o árido rumar, cactus e pedras a evidenciar que o percurso é longo tortuoso trilhar, vestes com pó emudecidas ao suor, miragens enganam desatino sem dó, o horizonte que miro é o mais audaz destino das esperanças em torpor, em letras conluiadas me refaço é o que sou, semeio em deserto acreditando na flor, irrigo ressecados talos, mudas chorosas com suas secas lágrimas, desentranhando o húmus mais que versificado, disfarço meus ardidos calos, poetando em deserto me regozijo da dor, tenho o céu como transcendente aliado, amigos sutis me estimulam o compor, faço do tapume seco o mais viril riacho, sei em que foz me encontro, só não sei para qual meandro vou, sigo o rumo ditado pelos castigados talhos do meu coração inebriado ao amor.
O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas)
Enviado por O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas) em 08/07/2011
Reeditado em 08/07/2011
Código do texto: T3082200
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