Quem sou
Eu sou síntese
Existo no campo em que brotou a flor da paz
Onde a tese e a antítese deram-se as mãos guerreiras
Não sem frustrações, talvez
Mas como deve acontecer.
Sou o que falo
Também o que calo
Um abalo no infinito
Engasgo do tempo
Que cospe multidões anônimas
E pretensões lamentavelmente soberbas
A todos arrasta em cinzas e escombros
Para a vala comum da morte...
Inda assim sofro de encantamento
Porque sou síntese,
Um lampejo breve
Armistício das minhas verdades extremas