É bem mais fácil...
Os dias se repetem com a mesma cadência...
Hora após hora de um congestionamento mental
onde vítima me sinto, presa num ciclo que nunca termina...
Isso mina minha resistência e provoca pensamentos que me dobram
deitando minhas dúvidas em camas de certezas só minhas...
É mais fácil pensar que o outro está em paz, numa boa,
em outra cama, com outra pessoa, e chorar rios em cima de travesseiros
que nunca mais serão lavados.
Ficarão ali como lembranças, de um tempo em que o amor existia em cada segundo...
Ficarão ali em cima da mesma saudade, tristes e manchados.
Então refugio-me em compras desnecessárias,
ou em pílulas que se afirmam mágicas,
ou ainda anestesio meu prazer pensando em cirurgias plásticas...
É mais fácil enrolar os meus medos em edredons no sofá de um domingo à tarde, do que vencer a certeza de que o telefone nunca irá tocar.