CANTOS SOLITÁRIOS

Por que difere a vida

Da enaltecida beleza

Dos sonhos decantada ?

Como se do crânio

Emanações sublimes

Alheios anseios fossem.

Em opostos campos

O real e as ilusões

Muletas, sendo, as fantasias

Nas venturas íngremes

Da realidade dura

Aos caminhantes, consolo.

Então, indago,

Por que as quimeras

Desdenhadas na travessia?

Não se fia o homem, apenas,

Á fome da matéria

Antes o alimenta

A beleza das cores

Entintando negrumes

Em calvários floridos

Imaginação vendo delícias

Em precipícios de lágrimas

Nutridas lutas em alegorias

Por que relegar a fantasiosos

Os que teimam enxergar luzes,

Estrelas em noites escuras ?...