Incomoda-me a frieza,
Tanto quanto a aspereza!

Fica difícil pra mim, interagir.
Dá-me vontade de escapulir,
Para não ter que falsificar um sorrir.
Prefiro sumir!

Como eu me dôo por tudo,
Não entendo quem se abala com nada.
Leva a vida com a rédea puxada,
Guardando os sentimentos lá no fundo.
Não se deixa comover,
Para não correr o risco de sofrer.

Talvez, a mais grave covardia
Seja ter a ousadia,
De se bloquear
Para não se emocionar,
Em um planeta que é só emoção.
Desastrosa pretensão!
Passaporte garantido para a solidão.
Interna devastação.

Crime contra a natureza,
Com toda a certeza!
Exercício de estupidez,
Que cava a aridez...
O futuro seco!
A traiçoeira companhia do medo...
O particular deserto,
O cinza de concreto!
Frágil conveniência,
Desprovida de pertinência!

Estamos aqui para exercitar a afeição,
Em toda a sua exuberante proporção.
Qualquer dado contraditório está fora de questão.
É aberração,
Sujeita a dura condenação:
A interior escuridão!
Inexiste algo mais prazeroso do que gostar!
De preferência, a ponto de se arrepiar...
Afeiçoar-se...
Aceitar-se!
Francamente, o bom é tão extenso...
Seu bem é tão imenso,
Que merece todas as tentativas,
Para se chegar à sua alternativa.

E nunca mais sair,
Porque aprendeu o gosto de sorrir!

Amemos despudoradamente!
Sejamos felizes, indiscriminadamente!



Presente coletivo para todos
Que ousam amar!



Vídeo indicado:
Estupendo,
Fantástico,
Antológico
Deliciem-se:

http://www.youtube.com/watch?v=BqL70-JmdIY&feature=related

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 29/06/2011
Código do texto: T3063856